domingo, 3 de março de 2013

Síntese-Felicidade Clandestina

(Clarice Lispector)

           
                                                           
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O
 conto “Felicidade Clandestina” de Clarice Lispector,narra a história de duas colegas,que acabam entrando em um conflito por causa de um livro.
A primeira menina era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto as das outras meninas ainda eram achatadas. Seus bolsos eram cheios de balas e tinha um pai dono de uma livraria.
Nos aniversários a menina nem se preocupava em dar livros às outras meninas, ela acabava dando um cartão postal de Recife à cidade de onde elas moravam.
Até que ela acaba ganhando um livro chamado “As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato”. Era um livro muito grosso, por quem a outra menina acabou se apaixonando e pedindo emprestado, pois ela iria pegar em sua casa no outro dia.
Naquele dia a menina que havia se apaixonado pelo livro não conseguia parar de pensar que no outro dia haveria em suas mãos um maravilhoso e tão esperado livro.
No dia seguinte ela foi à sua casa, literalmente correndo. A menina Má não morava num sobrado como ela, e sim numa casa. Olhando bem para os olhos da “apaixonada”, disse-lhe que havia emprestado o livro a outra menina, e que ela voltasse no dia seguinte para buscá-lo.
Assim foi durante vários e vários dias. A menina má sempre inventada uma história para a menina a cada dia que se passava.
A menina já quase sem esperança resolveu ir à casa da menina má, mais uma vez. Mas dessa vez seria diferente, pois ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediram explicações às duas meninas. Houve uma confusão silenciosa. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo e durante um tempo acabou entendendo. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
A mulher já brava com a filha mandou a outra menina ficar com o livro por quanto tempo fosse preciso.
E assim foi a menina lia o livro como se fosse à coisa que mais lhe agradava naquela vida. Ela não era mais uma menina com um livro e sim uma mulher com o seu amante.
Matheus de Almeida Gomes.

Veja o curta-metragem do Conto:



2 comentários:

  1. A felicidade é clandestina!
    É algo as vezes até sobrenatural, como diz um conto, um homem perguntou para o outro o que era preciso pára ser feliz, o outro homem respondeu uma série de coisas simples a serem vividas, o tal que havia feito a pergunta respondeu: São coisas tão obvias!!!
    O homem sábio retrucou: Por isso poucos são que alcançam a felicidade!!!!!


    Reflitam...

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  2. Anônimo17:02:00

    Adoro esse conto.

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