Síntese-Felicidade Clandestina
(Clarice Lispector)
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conto “Felicidade Clandestina” de Clarice
Lispector,narra a história de duas colegas,que acabam entrando em um conflito
por causa de um livro.
A primeira
menina era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio
arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto as das outras meninas ainda eram achatadas.
Seus bolsos eram cheios de balas e tinha um pai dono de uma livraria.
Nos
aniversários a menina nem se preocupava em dar livros às outras meninas, ela
acabava dando um cartão postal de Recife à cidade de onde elas moravam.
Até que ela
acaba ganhando um livro chamado “As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato”.
Era um livro muito grosso, por quem a outra menina acabou se apaixonando e
pedindo emprestado, pois ela iria pegar em sua casa no outro dia.
Naquele dia
a menina que havia se apaixonado pelo livro não conseguia parar de pensar que
no outro dia haveria em suas mãos um maravilhoso e tão esperado livro.
No dia
seguinte ela foi à sua casa, literalmente correndo. A menina Má não morava num
sobrado como ela, e sim numa casa. Olhando bem para os olhos da “apaixonada”,
disse-lhe que havia emprestado o livro a outra menina, e que ela voltasse no
dia seguinte para buscá-lo.
Assim foi
durante vários e vários dias. A menina má sempre inventada uma história para a
menina a cada dia que se passava.
A menina já
quase sem esperança resolveu ir à casa da menina má, mais uma vez. Mas dessa
vez seria diferente, pois ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu
sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à
porta de sua casa. Pediram explicações às duas meninas. Houve uma confusão
silenciosa. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar
entendendo e durante um tempo acabou entendendo. Voltou-se para a filha e com
enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem
quis ler!
A mulher já brava
com a filha mandou a outra menina ficar com o livro por quanto tempo fosse
preciso.
E assim foi
a menina lia o livro como se fosse à coisa que mais lhe agradava naquela vida. Ela
não era mais uma menina com um livro e sim uma mulher com o seu amante.
Matheus de Almeida Gomes.
A felicidade é clandestina!
ResponderExcluirÉ algo as vezes até sobrenatural, como diz um conto, um homem perguntou para o outro o que era preciso pára ser feliz, o outro homem respondeu uma série de coisas simples a serem vividas, o tal que havia feito a pergunta respondeu: São coisas tão obvias!!!
O homem sábio retrucou: Por isso poucos são que alcançam a felicidade!!!!!
Reflitam...
Adoro esse conto.
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